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Aluna da Pós Graduação do IFSertãoPE Campus Floresta é uma das ganhadoras do Prêmio Naíde Teodósio 

No dia 29 de outubro foi publicado o resultado final da 12ª Edição do prêmio Naíde Teodósio, referente ao ano de 2019, haja vista que houve adiamento da premiação devido a pandemia da Covid-19. A aluna da pós-graduação em Educação Intercultural: Indígenas e Quilombolas, do IFSertãoPE campus Floresta, Maria Rosiclaudia dos Santos Ferreira, foi 3ª colocada na categoria Artigo de Estudante de Pós-Graduação, com o trabalho “A pedagogia de Valdeci: lutas e papel sociopolítico de uma professora quilombola no sertão de Pernambuco”.

O Prêmio Naíde Teodósio de Estudos de Gênero tem por objetivo estimular e fortalecer a produção crítica de conhecimentos sobre relações de gênero, contribuindo para a promoção dos direitos das mulheres em sua diversidade, por meio da produção de textos, pesquisas, estudos e projetos que busquem contemplar as dimensões de classe social, raça, etnia, geração e orientação sexual das mulheres em Pernambuco.

O artigo de Rosicláudia foi apresentado em 2020 como trabalho de conclusão de curso da pós-graduação, de acordo com a aluna egressa e coordenadora escolar no município de Itacuruba, a iniciativa de inscrever o artigo no edital da premiação partiu do professor orientador. “Eu quase não acreditei quando eu vi o resultado porque a gente sabe que tem trabalhos belíssimos concorrendo, dando destaque aí ao papel da mulher sobre vários temas sociais, sobre violência, sobre o que as mulheres sofrem e sobre alguns destaques. E então ver esse trabalho sobre uma professora negra quilombola que já enfrentou tanto preconceito ser reconhecido é gratificante, muito boa sensação, muito bom mesmo ter o trabalho reconhecido”, disse a Rosiclaudia.

De acordo com a aluna egressa, o artigo premiado trata da lutas da trajetória sócio-política da professora Valdeci Ana quanto mulher, professora, e liderança da comunidade quilombola Poço dos Cavalos, localizada na cidade de Itacuruba-PE. Além disso o trabalho também fala  sobre a condição da autora como uma mulher quilombola e reflexões sobre como a história da autora cruza-se com a história de Dona Valdeci, e sobre a comunidade quilombola Poço dos Cavalos, que, assim como outros movimentos sociais segue em busca por sua autonomia local, com a implantação de uma escola no território quilombola.

Maria Rosiclaudia

“Na minha opinião meu artigo pelo fato de eu ter dado destaque a história de uma mulher negra líder, uma importante liderança aqui do povo quilombola. Ela é uma pessoa extremamente importante não só para nossa comunidade mais para cidade aqui em geral por fazer um papel importantíssimo aqui tanto pedagógico enquanto educadora, como também pela igreja, sempre lutando por direitos diferenciados”, disse Rosiclaudia.

E Dona Valdeci, que foi tema do artigo, ficou sabendo da premiação no mesmo dia do resultado final, de acordo com o relato de Rosiclaudia, a educadora ficou muito feliz pelo reconhecimento do trabalho e também de sua história de lutas, para ela o reconhecimento do artigo reforça a luta das mulheres quilombolas.

A respeito da premiação Maria Rosiclaudia acredita que reforça a luta das mulheres líderes contra o machismo, “lutando pela nossa liberdade e reconhecendo como diferentes formas de discriminação se cruzam e amplificam a discriminação, dizendo de forma crítica para garantir que todas as mulheres colham os benefícios dos direitos das mulheres, isso só reforça que a gente está no caminho certo, temos que dizer não ao preconceito, sermos sempre firmes e fortes”.

Registro de Dona Valdeci, em fevereiro de 2020, após a apresentação do trabalho de conclusão de curso do qual ela foi tema

E sobre o curso de pós-graduação em Educação Intercultural: Indígenas e Quilombolas a aluna egressa afirma que proporcionou grandes contribuições na vida dela, possibilitando ricos momentos de discussão de temas sobre os direitos dos povos indígenas e quilombolas, o que contribuiu para o despertar crítico do papel social desempenhado por cada indivíduo das comunidades, “durante esse curso a gente vai se policiando, o que é que eu tô fazendo para ajudar a minha comunidade enquanto quilombola? Então ele também veio para reforçar ainda mais a minha identidade enquanto quilombola porque muita gente se declara como quilombola mas, simplesmente não conhece os seus direitos, não sabe qual é a luta dos nossos antepassados e porque a gente ainda continua nessa busca pelo pelo nosso território, pelos nossos direitos. Então esse curso reforçou ainda mais a minha identidade enquanto quilombola”, disse a aluna egressa.

Sobre o Prêmio

O Prêmio é uma parceria entre as secretarias estaduais da Mulher; Educação; Ciência, Tecnologia e Inovação; e Planejamento do Estado de Pernambuco; além da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e a FACEPE. 

Campus Floresta

 

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