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Última Atualização: 11 Junho 2018
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Criado: 11 Junho 2018
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Ação Saberes Indígenas na Escola é lançada no campus Floresta do IF Sertão-PE
Na manhã do dia 11 de junho foi realizada no auditório do campus Floresta do IF Sertão-PE a abertura oficial do programa Ação Saberes Indígenas na Escola. É a primeira vez que o IF Sertão-PE participa do programa do Ministério da Educação que tem por objetivo proporcionar formação continuada para professores indígenas e sistematizar, construir, e publicar materiais didáticos voltados para a educação indígena.
Lideranças da educação indígena do sertão pernambucano participaram do evento de lançamento da ação
Participaram da abertura líderes da educação indígena de vários povos do sertão pernambucano, o Pró-Reitor de Extensão Ricardo Bitencourt, a Assessora da Pró-Reitoria de Ensino Maria do Socorro Tavares, a Diretora Geral do Campus Floresta Vera Filha, a Chefe do Departamento de Ensino do campus Floresta Willma Campos, o Chefe do Departamento de Administração do campus Floresta Luis Carlos; a Coordenadora de Pesquisa Maria Aparecida e professores do IF Sertão-PE.
A professora do IF Sertão-PE e Coordenadora-Adjunta Local da Ação Saberes Indígenas na Escola, Edvânia Granja, conduziu a apresentação o evento de abertura do projeto, realizando uma apresentação dos objetivos e metodologias a serem adotadas nas ações.
O primeiro povo indígena a receber a Ação Saberes Indígenas são os Pankararu, fixados principalmente nos municípios de Tacaratu e Petrolândia. A escolha do povo indígena foi realizada pela Universidade do Estado da Bahia, que já participava da rede da Ação Saberes Indígenas e solicitou apoio do IF Sertão-PE para expansão aos povos do sertão pernambucano.
Segundo o Coordenador geral da educação escolar Pankararu, José da Cruz, o povo vê a ação com bons olhos, como um espaço para divulgação dos saberes indígenas de forma oficial “uma instituição como o Instituto Federal vem efetivar uma ação que a gente já vem trabalhando, que são os conhecimentos tradicionais do nosso povo, então a educação faz esse paralelo, o conhecimento e o saber dos mais velhos sendo sistematizados como conteúdo na nossa educação, e a instituição vem oficializar de forma científica esse conteúdo”, afirmou Cruz.
De acordo com a professora Edivânia Granja “o MEC nos garantiu que no próximo ano a gente já vai ampliar e vamos incluir outros povos indígenas nesse programa. A ideia é que a gente atenda todos os povos indígenas de pernambuco, com os mais de 1.300 professores indígenas de nosso estado”, afirmou.
"São as narrativas do nosso povo que vão valorizar nossos saberes e nossas práticas, a gente agradece a parceria com o Instituto", disse José da Cruz (à direita)
Os saberes tradicionais, a cultura, o espaço, o significado do território, os rituais, todos os saberes indígenas serão trabalhados por uma equipe formada por professores orientadores Pankararu, um professor supervisor e um professor formador com expediência em ensino superior escolhidos via edital do IF Sertão-PE, sob a coordenação de um servidor da Gerência Regional de Educação de Floresta e do IF Sertão-PE, para que os conhecimentos dos ancestrais do povo indígena sejam sistematizados e assim criado material didático e práticas metodológicas para o ensino dos saberes indígenas em sala de aula, junto aos mais de 50 professores do povo Pankararu.
O material didático que será produzido nesta primeira fase do projeto será focado na educação indígena básica nas séries iniciais, a educação infantil. Para o Coordenador Escolar do povo Pankararu o suporte da Ação Saberes Indígenas na Escola será essencial na complementação da formação acadêmica dos professores indígenas, e auxiliará na produção de saberes científicos e no crescimento do povo Pankararu. “A ação vai contribuir também na concretização do nosso currículo escolar, no qual nós escolhemos o que estudar, e o que nossos alunos precisam aprender pra ser um indígena. E esses saberes somados a essa formação oferecida pelo IF Sertão-PE vem de forma bem ampla, dando autonomia para trabalhar com os saberes indígenas, com a narrativa dos nossos conhecimentos, e colocar em prática, vivenciar em nossas escolas”, afirmou José da Cruz.